De acordo com a Pesquisa Trimestral de Desempenho, a ABF (Associação Brasileira de Franchising) mostrou que o setor de franquias cresceu 7%, com um faturamento de R$ 41,4 bilhões no 1º trimestre de 2019, um ritmo mais intenso comparado ao mesmo período de 2018, que foi de 5,1%. Assim, nos últimos 12 meses, o crescimento dos negócios no Brasil foi de 7,5%, uma variação de R$ 165,190 bilhões para R$ 177,545 bilhões.
O levantamento ainda aponta que o número de lojas abertas entre janeiro e março de 2019 variou positivamente 2,5%. Atualmente, 156.693 unidades estão registradas no País.
Com a tendência de retomada do crescimento econômico, a ABF projeta para este ano uma alta do faturamento do setor de franquias entre 8% e 10%. Quanto à geração de emprego e renda no setor, a estimativa é que haja um incremento de 5%. A expansão das unidades deve ser de 5% a 6% e o número de redes pode ampliar.
Este crescimento reflete ainda ajustes feitos pelas redes nos últimos três anos. Entre eles, a busca por mais eficiência, o desenvolvimento de modelos de negócio mais enxutos e a diversificação de canais de venda, linha de produtos e consumidores.
Além das marcas brasileiras, a ABF registrou a existência de 190 redes estrangeiras operando no Brasil, originárias de 24 países. Os Estados Unidos estão na frente com 79 das marcas, Portugal vem na segunda posição, com 22, e a Espanha a seguir, com 13.
Franquias estrangeiras de olho no mercado brasileiro
Para quem tem vontade de empreender, ter uma franquia pode ser o primeiro passo para se tornar um empresário de sucesso. Os investidores estrangeiros estão de olho no franchising brasileiro, entre outras razões, por causa dos números. Afinal, o mercado fatura atualmente cerca de R$160 bilhões e está em 4º lugar no ranking de países com maior quantidade de redes franqueadoras, perdendo apenas para China, Estados Unidos e Coreia do Sul.
As marcas estrangeiras atuam em todos os segmentos do franchising, com destaque para as franquias de alimentação (25%), saúde, beleza e bem-estar (16%), moda (16%) e educação (11%). Exemplos de redes que iniciaram seus negócios no Brasil recentemente foram a Wendy’s, Red Lobster, Taco Bell e Sola Salon Studios.
Conheça os principais pontos de atenção
Trazer uma marca de fora exige mais do que vontade de fazer o negócio dar certo. O empresário deve se preocupar com questões relacionadas ao registro da marca e realizar pesquisas para se certificar de que o produto comercializado terá uma boa aceitação no Brasil. Veja alguns pontos que merecem sua atenção:
1. Capacitação: Quer seja de fora do País ou não, o sucesso de uma franquia depende da capacitação da equipe que operará a unidade. Quando for estrangeira, essa capacitação terá de ser ainda mais intensa, já que as distâncias geográficas podem ser um obstáculo para fazer reciclagens ou mesmo a capacitação inicial do franqueado.
De acordo com os especialistas da área, o tempo médio entre o início da negociação com a franqueadora até a inauguração efetiva da unidade franqueada é de 4 a 5 meses. Mas pode levar um pouco mais ou pouco menos.
Durante esse período, o investidor passará pelo intervalo de maturação e entendimento do negócio como um todo. Ou seja, realizará treinamentos, conhecerá a sede da marca e seus diretores. Poderá até mesmo trabalhar em uma unidade, para absorver as informações necessárias que darão sustentação à sua própria franquia.
2. Burocracia: Outro fator com o qual as empresas brasileiras estão mais acostumadas do que as estrangeiras é a burocracia. Algumas redes, já estabelecidas no Brasil há mais tempo, aprenderam como se desenvolver em nosso mercado.
Quando um empresário brasileiro quer trazer uma marca internacional, ele pode conseguir a concessão da marca e será capacitado para a transmissão do know-how do sistema. Além disso, será responsável pelas operações, implantações e comércio locais. Ele será um máster franqueado que poderá ceder franquias a outros investidores.
Em geral, este máster irá investir mais, juntamente com a franqueadora. Isso porque comprará o direito de comercializar um número determinado de unidades franqueadas, prestará suporte a elas e também terá a sua própria unidade, que atuará como uma unidade piloto, em boa parte dos casos.
3. Cultura: um dos principais desafios de um franqueado estrangeiro será cultural, apesar da maioria das franquias internacionais que operam no Brasil já terem se adaptado e remodelado seus negócios ao gosto do povo local. Mesmo assim, é importante que o empreendedor esteja atento às estratégias da franqueadora para que não haja conflito cultural.
Por outro lado, as marcas estrangeiras são muito bem vistas pelo consumidor brasileiro. Isto aumenta as chances de sucesso do negócio, principalmente se a atratividade vier acompanhada de conhecimento do mercado regional. Além do que vale ressaltar que o Brasil é um país com dimensões continentais e, portanto, as regiões podem se desenvolver de formas diferentes uma da outra.
Como as redes costumam se instalar?
Antes de franquear um negócio, a marca deve estar estabelecida no mercado, com processos de operação definidos e produtos ou serviços alinhados às expectativas do público-alvo.
A dúvida está em reconhecer o ponto de ruptura que marca o momento certo para iniciar uma franquia. Essa questão tira o sono de muitos empresários. Por isso, hoje um importante recurso para testar a franqueabilidade da marca é a unidade-piloto.
A unidade-piloto é uma loja comandada pela própria franqueadora e instalada nos mesmos moldes de uma franquia tradicional. Será uma unidade teste, para que os franqueadores possam analisar como o modelo funciona e que ajustes serão necessários antes de replicar a operação da marca.
Este tipo de teste é importante para avaliar a eficácia do modelo. Principalmente para entender a viabilidade econômica e financeira: é sustentável para a unidade arcar com os custos operacionais mais os custos fixos da franquia? Qual a lucratividade e nível de geração de caixa que a unidade-piloto atinge?
Nesta loja piloto serão testados todos os processos operacionais, além dos produtos e serviços oferecidos. Todas as operações da franquia devem estar bem desenvolvidas, para depois então poderem ser padronizados e também servirem como base para treinamentos.
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